História Irmã Clemência
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História da serva de Deus Francisca Benícia de Oliveira. Num ambulatório da Caridade Vicentina, fazia curativos e atendimentos em enfermos pobres para cura de doenças da época (bouba, queimaduras, verminoses, hemorragias, olho de peixe, tracoma, bicho-de-pé) mesmo sem nunca ter tido nenhum estudo técnico ou superior de medicina ou enfermagem. Era esse seu dom, o da cura, segundo quem estudou sua vida e depoimentos colhidos na cidade.
Viveu de 1896 a 1966. Nasceu em Redenção. Em Fortaleza, trabalhou por duas décadas no colégio Imaculada Conceição, antes de ser transferida para Pacoti e Baturité. Fez o noviciado no Rio de Janeiro.
O processo diocesano, aberto em 1995 por dom Aloísio Lorscheider e concluído em 2010 por dom José Antônio Tosi, a reconheceu como serva. Agora, há o processo romano, que tramita na Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, para confirmá-la como venerável (atestar 14 virtudes heroicas) e, numa sequência eclesiática, a beatificação (1º milagre) e a canonização (2º milagre).
A religiosa era afamada na região do Maciço por atender e cuidar de miseráveis em todo tipo de mazela. De feridentos com pestes de pele a tuberculosos, queimados, gente com verminoses, verrugas de bouba, hemorragias e outras pragas. Nunca estudou enfermagem nem medicina, aprendeu na lida. Foram buscá-la para o socorro, Clemência se dispôs como sempre.
No ambulatório São José, onde todo dia remediava a pobreza da cidade, a freira juntou o que tinha de material curativo (gazes, esparadrapos, álcool, mercúrio). Ferveu água para esterilizar uma agulha de costurar sacos de grãos. Chegou aonde estava o homem e fez uma oração. Decidiu suturá-lo e só dispunha de linha comum. Policiais e mais alguns de testemunhas viram quando Clemência recolocou as vísceras de volta ao abdômen do esfaqueado e ponteou-lhe a barriga ali mesmo, no chão. Apesar das condições, o sujeito sobreviveu, escapou até de infecção e sarou em poucos dias.
MEMÓRIAS Irmã Clemência
Desde os 36 anos, Clemência viveu sob o diagnóstico de uma infecção pulmonar e renal muito graves. Adquiriu com o calor dos fogões da cozinha do colégio Imaculada Conceição, em Fortaleza, onde trabalhou por duas décadas. Também costurava desde jovem. Havia ido repousar e se tratar no Pacoti, quando viu a pobreza na região serrana e pouco tempo depois estava praticando bondades em Baturité. Logo que morreu (já bastante adoentada), começaram as preces e orações a ela.
No tempo de noviça no Rio, aprendeu a ler e escrever em francês. Num escrito no livro Prise d´Habit (Tomada de Hábito), confirmou sua devoção: “Jesus, je desire plutôt mourrir que de vous etre infidele, et accordez-moi la grace de vous aimer de plus en plus” (Jesus, prefiro morrer do que ser infiel a você e conceda-me a graça de amá-lo cada vez mais). No seu jazigo, transferido do cemitério para dentro da igreja matriz de Nossa Senhora da Palma, em Baturité, está escrito: “Prestou relevantes trabalhos caritativos junto aos pobres doentes. Como serva humilde, tomou-os como senhores e mestres”.
Linha do tempo
1896 - Nascimento
Naceu em 23 de agosto de 1896
Em Redenção, Ceará. Filha da Caridade de São Vicente de Paulo.
Colégio da Imaculada
Trabalhou por 13 anos no colégio da Imaculada como cozinheira no fogão a lenha até descobrir a enfermidade.
Fundou o Patronato
Em 1932 Irmã Clemêcia fundou o Patronato em Pacotí – CE
Fundou o Patronato
Em 1932 Irmã Clemêcia fundou o Patronato em Pacotí – CE
Fundou o Patronato
Em 1932 Irmã Clemêcia fundou o Patronato em Pacotí – CE
Enviada a Baturité
Enviada para Baturité (1943), dedicou-se à Vila dos Velhinhos, da Sociedade de São Vicente de Paulo, e aos doentes.
Enfermeira dos pobres
Enfermeira dos pobres foi, também, pedinte junto aos comerciantes, nas feiras, para conseguir doações em alimentos e, em Fortaleza, remédios.
Enfermeira dos pobres
Enfermeira dos pobres foi, também, pedinte junto aos comerciantes, nas feiras, para conseguir doações em alimentos e, em Fortaleza, remédios.
Enfermeira dos pobres
Enfermeira dos pobres foi, também, pedinte junto aos comerciantes, nas feiras, para conseguir doações em alimentos e, em Fortaleza, remédios.
Falecimento
Foi chamada para vida no céu, santamente, no dia 2 de julho de 1966.
Processo de Beatificação
Dom Aloísio Lorscheider autorizou a abertura do seu processo de canonização, em 10 de setembro de 1975.
Processo de Beatificação
Dom Aloísio Lorscheider autorizou a abertura do seu processo de canonização, em 10 de setembro de 1975.
Mãe dos Pobres
Irmã Clemência é apontada por suas colegas como alguém que vivenciou a fundo o carisma original das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Vicente, nobre francês, dedicou-se aos pobres de seus tempo.
Processo de Beatificação
Dom Aloísio Lorscheider autorizou a abertura do seu processo de canonização, em 10 de setembro de 1975.
Mãe dos Pobres
Irmã Clemência é apontada por suas colegas como alguém que vivenciou a fundo o carisma original das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Vicente, nobre francês, dedicou-se aos pobres de seus tempo.
Curiosidades
PRIMOGÊNITA. “Benecinha” tinha 18 anos quando a mãe, Francisca, morreu. Como primogênita, cuidou de todos os irmãos – 3 o mais novo tinha dois anos. Aos 23, quando foi anunciar ao pai, seu Joaquim, que iria assumir a vida religiosa, ele foi contra. Consultou a prole, todos concordaram com a decisão dela e ele acatou. Mais tarde, duas irmãs dela também tornaram-se vicentinas.
ASSISTÊNCIA. Em Baturité, o atendimento de irmã Clemência no ambulatório São José ajudou a formar o que hoje é o Hospital e Maternidade José Pinto do Carmo. Recebe pacientes de mais sete cidades (Itapiúna, Capistrano, Aracoiaba, Guaramiranga, Pacoti, Mulungu e Aratuba). Serviços de obstetrícia, pediatria e ambulatorial.
DEVOÇÃO. Raimundo Ivo dos Santos, diretor do Hospital, é devoto. “Talvez na história de Baturité ninguém tenha se igualado ao trabalho da irmã Clemência. Tanto no lado de caridade, piedade, humildade, de santidade. Mesmo que ela não esteja ainda beatificada, eu tenho a irmã Clemência não como beata, mas como santa”.
PROCESSO. Irmã Rita de Cássia, 83 anos, do colégio Imaculada Conceição, atuou no processo diocesano de irmã Clemência. Ela conta a história de uma criança com uma ferida na mão, já desenganada pelos médicos, indicada para amputação. “Ela se dedicou a tomar conta dessa criança. Fez curativos insistentemente, cuidava dos medicamentos e a criança escapou da amputação”.